Ainda as vigarices do boné

Esta semana muito se falou do Pedroto a quem o presidente moribundo dedicou um suposto futuro título.

Todos dizem que o Pedroto foi um grande treinador, pois para mim foi mais um - que tal como o moribundo - pensa que estão todos contra ele e que mais nada interessa quando se trata de desviar atenções das péssimas exibições efectuadas e dos resultados sofridíssimos contra uma qualquer equipa.

Quem viu ontem o Dia Seguinte viu certamente o Talibã Ferreira a dizer que em 81/82 [na altura era vice-presidente] foi um dos que votou favoravelmente para o Sporting contratar tal treinador, disse o talibã algo do género "... não tenho dúvidas que estes últimos 30 anos de vitórias do Porto seriam certamente no Sporting se o Pedroto tivesse assinado..." o que ele não disse foi porque o falecido não assinou... então aqui vai então a explicação (algo que encontrei por aí):

O antigo Jornalista Neves de Sousa, na altura quando trabalhava no Jornal A Capital Escreveu este belíssimo artigo sobre um célebre contrato entre José Maria Pedroto e o Sr. João Rocha, presidente do Sporting

UM CONTRATO QUE NUNCA FOI ASSINADO

Pouca gente soube que o muito saudoso José Maria Pedroto esteve a um pequeno passo de ser treinador do Sporting, quando João Rocha era presidente do clube de Alvalade. Tudo estava acertado, pormenor por pormenor , até à mais ínfima partícula de um documento que vinculava as duas partes, pelo menos durante uma temporada fotobolística. Porém, no dia em que estava aprazado a assinatura nos papelinhos, Pedroto travou o gesto e subitamente disse para o  presidente do Sporting“Esqueci-me de lhe lembrar, mas falta aqui uma cláusula. Está tudo certo, tanto em relação aos meus prémios, como aos meus vencimentos, o caso do apartamento e do carro às ordens, tudo muito bem, mas o senhor presidente esqueceu-se de que eu lhe tinha dito logo no primeiro encontro: só vou para um clube que dê garantia de contar  com os árbitros.
“Como, não percebo?”
Indagou João Rocha, nessa altura pouco habituado a saber o que era certa fatia da arbitragem. Pedroto meteu a caneta na algibeira, levantou-se e apenas disse:“Quinze mil são para mim, mas para os árbitros são precisos outros tantos, caso contrário o Sporting só ganha campeonatos lá para o fim do século”
o contrato acabou por não ser assinado. Pedroto rumou para outra latitude, mais compreensiva.