Euforias
Que delícia! É sem surpresa mas com grande regozijo que os benfiquistas assistem hoje àquilo a que os pobres usam chamar de “euforia esquizofrénica”. Não pretendo aqui corrigir os que o fazem, muito menos aconselhá-los a uma leitura atenta sobre a ciclotimia. A nomenclatura importa pouco nestas questões, o que interessa é mesmo a ideia.
E a ideia com que hoje fico é que, de facto, os adversários do Benfica estão mesmo com medo – e não se confunda medo com pânico. Eu disse “medo”. A quantidade de posts e comentários que se podem ler um pouco por toda a blogosfera acerca da primeira derrota significativa (a de Poltava foi um jogo-treino) do Benfica esta época ilustra bem o estado de espírito das duas unidades de internamento: “o Benfica não presta, eh eh, iupi!, estamos tão contentes”.
Que os maluquinhos excursionistas se comportem deste modo, eu até entendo. Está-lhes no sangue. E nas vozes que, lá dentro daquelas cabeças, lhes sussurram “odeia o Benfica, tu odeia o Benfica, filho, nada no mundo importa mais do que odiar o Benfica, odeia, odeia odeia odeia odeia odeia...”. Acresce que ontem a turminha conseguiu uma assombrosa exibição e uma retumbante vitória, o que, naturalmente, empola as emoções.
Já dos pacientes da outra instituição eu estranho um pouco uma reacção tão empolgada. Não é costume. Dantes, quando o Benfica perdia, limitavam-se a sorrir ou, em finais de época, a ignorar e a preparar a pré-época. Mas hoje é diferente. E, deixem-me que vos esclareça, não somos nós, benfiquistas, a acharmo-nos importantes. Não, foi um jogo normal, fraquito, perdêmo-lo. Acontece. Agora, que vocês nos dão uma importância desmedida (para não dizer “do caralho”), isso é inegável. Até um tropeção vira motivo de festejo.
Não vou aqui traçar diagnósticos, decerto tendes quem vos acompanhe. Mas aconselho prudência, já que, se do lado benfiquista a serotonina está nos níveis normais, já estes dois grupos parecem inspirar necessidade de administração de lítio. É que à hipomania segue-se, segundo os vossos sintomas, a distimia. Eu, no vosso lugar, não interrompia a terapia.by diego armés in BnrB
Curto
Há 8 horas

Sem comentários:
Enviar um comentário